quinta-feira, janeiro 26, 2006

Beetlejuice - 1988

Este post deveria falar sobre As Grandes Aventuras de Pee-Wee, infelizmente não consegui ver o filme até hoje, mas prometo que assim que encontrá-lo, ele terá um texto exclusivo.
Vejamos então sobre Beetle Juice de 1988. A comédia de 92 minutos conta com a atuação de Alec Baldwin, Geena Davis, Jeffrey Jones, Catherine O’Hara, Wynona Ryder e claro Michael Keaton. Um elenco respeitável para um diretor que estava apenas começando.

A história trata de um casal que morre em um acidente de carro e ainda deve cumprir 100 anos na Terra, com seus espíritos presos em seu antigo lar. A casa está sendo vendida para uma família que foge de New York procurando paz e, tentando afastar os novos moradores, o casal (Baldwin e Davis) acaba se metendo em confusões com o estranho Betelgeuse, um charlatão do mundo dos mortos. Michael Keaton é o responsável pelo peculiar personagem e está quase irreconhecível na pele do ‘besouro-suco’.



Uma curiosidade sobre o filme é seu nome. No título do filme nós podemos ver que ele se chama Beetle Juice, em praticamente todas as traduções e todos os dados sobre o filme o nome foi unido, passando a ser Beetlejuice. O interessante é que o título é referência ao nome do personagem de Michael Keaton, mas seu nome não é Beetle Juice e sim Betelgeuse, cuja pronuncia é muito próxima das palavras inglesas besouro e suco. Em português, o personagem acabou sendo chamado de Besouro-Suco.

O filme é o segundo longa-metragem de Tim Burton e já mostrava características do trabalho do diretor que se repetiriam no futuro em sua obra. Humor negro alimenta toda a narrativa com piadas sobre uma burocracia no mundo dos mortos, no estilo das repartições públicas, ou ainda uma piada em relação à arte contemporânea nos trabalhos de Delia (Catherine O’Hara) que se tornam armas do pilantra Besouro-Suco. Lydia (Winona Ryder) traz o incompreendido no papel da adolescente em confronto com os pais e sensível suficiente para ver os fantasmas na casa, no fim se torna o ponto principal da trama. (Ok, ok é possível que alguém ainda não tenha visto o filme). É legal prestar atenção à estética dos monstros e do próprio Betelgeuse, particularmente, gosto muito do padre do além.

A trilha sonora também merece atenção, a inclusão das músicas de Harry Belafonte dá um toque especial à comédia, com cenas ‘musicais’ divertidas, principalmente Day-O (Banana Boat) e Jump In The Line, a cena da mesa de jantar e da escada final, respectivamente.

O filme também rendeu uma série animada para TV, que foi produzida pelo próprio Burton e chegou a ser transmitida uma época no Brasil em um canal aberto.

Beetle Juice – Ficha Técnica
Uma distribuição Geffen Company
Direção: Tim Burton
Música: Danny Elfman
Edição: Jane Kurson
Direção de Fotografia: Thomas Ackerman
História: Michael McDowell e Larry Wilson
Roteiro: Michael McDowell e Warren Skaaren
Produção: Michael Bender, Larry Wilson e Richard Hashimoto
Especial: Rich Heinrichs
Ano: 1988
(Alguns dos nomes já foram citados aqui em participações em outros filmes de Burton)



Alguns sites sobre o filme:

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Frankenweenie - 1984

Outro curta-metragem, Frankenweenie, de 1984, é em preto e branco e tem a duração de 25 minutos. A história é baseada em Frankenstein (1931, James Whale), um dos filmes favoritos de Tim Burton. Na ‘adaptação’, no lugar do monstro do Doutor Frankenstein está Sparky, o cachorro de Victor que morreu atropelado na porta de casa. Após uma aula de ciências, Victor tem a idéia de ressucitar o cão através da aplicação de energia elétrica. Incrivelmente, o plano do garoto funciona e Sparky volta a vida, para o terror dos vizinhos.


O filme também foi produzido pelos estúdios Disney e já demonstra o humor sombrio de Burton. Exatamente por ser muito ‘macabro’ o filme acabou sendo engavetado pela Disney, sendo recuperado somente depois do sucesso de Burton. O que é uma pena, pois é exatamente o que deixa o filme divertido. A seqüência inicial é a morte do cão e seu enterro em um cemitério de animais. Há também a seqüência de vizinhos enfurecidos que tentam eliminar o cão e acabam quase matando o menino, lembra um pouco a seqüência dos vizinhos perseguindo Edward, em Edward Mãos de Tesoura (1990).


Frankenweenie está nos extras do dvd de O Estranho Mundo de Jack (1993) e também pode ser encontrado para download na internet.

Frankenweenie - Ficha Técnica:
Um Filme baseado em idéia original de Tim Burton
Direção: Tim Burton
Produção: Julie Hickson
(Produtor Associado: Rick Heinrichs – Supervisão: Tom Leetch)
Roteiro: Lenny Ripps
Edição: Ernest Milano
Direção de Arte: John B. Mansbridge
Direção de fotografia: Thomas Ackerman
Música: Michael Convertino e David Newman
Ano: 1984

Alguns sites com mais informações sobre o curta:

terça-feira, janeiro 17, 2006

Vincent - 1982

O curta-metragem Vincent, de 1982, é o primeiro filme com a assinatura oficial de Tim Burton. Com a duração de 6 minutos, a animação foi produzida através da técnica stop-motion e em preto & branco. O filme conta a história de Vincet Malloy, um menino de 7 anos de idade que sonha em ser Vincent Price. O garoto de imaginação fértil vê sua casa como um grande castelo onde ele poderia fazer suas experiências como, por exemplo, transformar sua tia em um boneco de cera ou seu cachorro em um zombie. Leitor de Edgar Allan Poe, confunde sua realidade com as histórias do escritor.
Narrado por Vincent Price, ídolo de Burton desde a infância, o curta foi feito ainda durante a época que Burton trabalhava para os Estúdios Disney. A história não encaixa no padrão Disney de produção, mas foi tão bem feito e recebeu tanta atenção que pode ser considerado o ponta pé inicial para a carreira de Burton como diretor.
Vincent foi escrito, desenhado e dirigido por Burton. É um poema (para lê-lo, clique aqui) escrito por Burton inspirado em The Raven de Edgar Allan Poe. A proximidade da história do pequeno Vincent Malloy com a biografia do diretor é indiscutível. Os ídolos de Vincent são os mesmos de Burton além da fértil imaginação, uma característica que se manteve após sua infância. Inclusive, a aparência de Vincent não é muito diferente da de Burton, o cabeleireiro com certeza é o mesmo rs.


Vincent pode ser encontrado nos extras em algumas versões de dvd’s de O Estranho Mundo de Jack (a versão brasileira traz somente Frankenweenie). Também é possível encontrá-lo para download na internet.

Vincent - Ficha Técnica:
Um Filme de Tim Burton e Rick Heinrichs
Direção, desenho e história: Tim Burton
Produção, esculturas e desenhos adicionais: Rick Heinrichs
Animação: Stephen Chiodo
Direção de fotografia: Victor Abdalov
Musica: Ken Hilton
Ano: 1982

Tim Burton’s Vincent é um site em inglês dedicado exclusivamente ao curta-metragem.

sábado, janeiro 14, 2006

Colaboradores - Parte V - Johnny Depp

Como prometido, um post dedicado exclusivamente a Johnny Depp. Desculpem a demora, mas falar de Johnny sendo justa é um pouco difícil, ele é um ator versátil, competente, além de todas as qualidades que fazem as meninas babarem. Não hesitaria em fazer um blog dedicado somente a ele, tenho certeza que assunto não faltaria. O texto a seguir portanto é apenas um esboço da carreira de Depp.

Antes de falar da filmografia de Depp, vejamos o que ele fazia antes de embarcar na carreira de ator. Aos 16 anos, Depp largou a escola para se dedicar à carreira de músico, ele era guitarrista de uma banda chamada The Kids, chegando a abrir shows para Iggy Pop. A banda em busca de sucesso mudou-se para Los Angeles, onde Depp, casado com Lori Allison (uma maquiadora), foi apresentado a Nicolas Cage pela esposa. O casamento terminou, mas a amizade entre Depp e Cage não. Depp era vendedor de canetas por telefone quando Cage o convenceu de tentar atuar. Johnny se associou ao mesmo agente de Cage e conseguiu seu primeiro teste e papel com Wes Craven, em A Hora do Pesadelo (1984).

No ano seguinte foi Férias do Barulho, seguido de um filme para TV chamado Queimando-se Lentamente, em 1986. Ainda em 1986, Depp saiu do cinema lado B e trabalhou ao lado de Oliver Stone em Platoon. Johnny também fez uma série para TV chamada 21 Jump Street ou Anjos da Lei em português, e o filme Cry-Baby em 1990.

No mesmo ano, Johnny namorava Winona Ryder, com quem fez par romântico no seu primeiro filme com Tim Burton. Já foi dito que a relação diretor/ator entre Depp e Burton iniciou em Edward Mãos de Tesoura (1990). O ator conseguiu o papel através de um teste e Burton diz que não conhecia seus trabalhos anteriores. Um crime por parte de Burton já que o currículo de Johnny já era bem respeitável, principalmente para quem gosta de sessão da tarde e corujão rs.

Na década de 90, Depp fez parte de vários filmes nos quais pôde demonstrar sua qualidade cênica e hoje é conhecido como um ator de papéis excêntricos.

1991 – A Hora do Pesadelo 6
1993 – Arizona Dream – Um sonho americano
1993 – Benny e Joon – Corações em conflito
1993 – Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador
1995 – Don Juan DeMarco
1995 – Dead Man
1995 – Tempo Esgotado
1997 – Donnie Brasco
1997 – O Bravo (também dirigido por Depp)
1998 – Medo e Delírio
1999 – O Último Portal
1999 – Enigma do Espaço

Com certeza nessa lista, o que mais chamou atenção do público para Johnny Depp foi o papel do maior sedutor de todos os tempos: Don Juan. E ainda, no filme, o ator dividiu a cena com Marlon Brando e Faye Dunnaway.

Em 1994, Johnny voltou a trabalhar com Tim Burton na história biográfica do diretor Ed Wood. O filme, que levou o mesmo nome, foi rodado em preto & branco narrando a carreira e a vida do pior diretor de toda história de Hollywood.


Em 1999, a dupla se reuniu novamente. Dessa vez foi a versão cinematográfica de uma das maiores lendas de terror da literatura. Sleepy Hollow ou A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça conta a história sobrenatural de uma cidade rural no século XIX. Johnny Depp, no papel do detetive Ichabod Crane, acrescenta humor ao conto macabro.

Continuando a filmografia do ator, Johnny mostra seu talento em Porque Choram os Homens (2000), Antes do Anoitecer (2000), Chocolate (2000), Profissão de Risco (2001), Do Inferno (2001), Era Uma Vez No México (2003). Em Janela Secreta (2004), história de Stephen King, ele representa um escritor perturbado por um estranho homem que o acusa de plágio. Ele também interpreta um escritor em Em Busca da Terra do Nunca (2004), o autor da história infantil Peter Pan, ao lado de Kate Winslet. Ainda em 2004, Ils se marièrent et eurent beaucoup d'enfants, no cinema francês e The Libertine de Laurence Dunmore.

O papel que mais se destacou na carreira de Depp foi definitivamente o Capitão Jack Sparrow de Piratas do Caribe – A Maldição da Pérola Negra (2003). Seus trejeitos estranhos e o sotaque irlandês ganham a atenção do público no filme. O malandro pirata, que rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, fez tanto sucesso que será o primeiro papel que Depp repetirá. Já em filmagem, Piratas do Caribe terá pelo menos mais duas seqüências: Piratas do Caribe: Dead Man’s Chest e Piratas do Caribe 3, ambos com Depp no papel de Jack Sparrow. Depp gostou tanto de sua estadia no Caribe, que hoje é proprietário de uma ilha caribenha.

Os dois filmes mais recentes do ator são junto a Burton. Em A Fantástica Fábrica de Chocolate, Johnny é o excêntrico Willy Wonka que, na versão burtoniana do conto de Roald Dahl, se torna mais importante que o próprio Charlie, mesmo o filme tendo como título original Charlie and the Chocolate Factory. A outra parceria recente é a voz e os traços físicos de Depp em A Noiva-Cadáver. Depp, além da voz, é a inspiração para a criação do boneco do personagem Victor Van Dort. Sendo esse seu quinto protagonista em filmes de Burton.

Já existem rumores de nova união entre Burton e Depp, seria a adaptação do musical da Broadway Sweeney Todd de Stephen Sondheim. Agora é esperar para ver se será concretizado.


Como foi dito, esse texto é apenas um esboço da carreira do ator. Como o próprio Burton afirma, Depp tem uma qualidade de ator de cinema mudo, capaz de transmitir muito apenas no olhar e na expressão. Comentário que pode ser comprovado observando a filmografia do ator, não somente nas parcerias com Tim. Além de um excelente profissional, Depp ainda foi eleito como o homem mais sexy do mundo pela revista People e atualmente é o ator mais popular nos Estados Unidos. O charmoso ator é muito reservado sobre sua vida pessoal e principalmente seus filhos. Pai de um casal, Jack e Lily Rose, Johnny se refugiou em uma vila na França, em busca de privacidade para sua família, onde vive com os filhos e a ‘esposa’ francesa Vanessa Paradis (não são legalmente casados). Ele chegou a agredir um paparazzi que tentava tirar fotos dos seus filhos brincando. “Eu optei por estar sob os flashs, quando eles crescerem eles que farão a escolha, devo esse direito a eles”, diz Depp.

Quem quiser mais informações sobre Johnny Depp, ai estão alguns links interessantes:

Johnny Depp no IMDB

Depp Lovers (portugues - na parte de multimídia desse site existem algumas mp3 disponíveis para download de TheKids e de músicas do próprio Depp.)

Depp - Fotos

Depp no Tim Burton's Collective

DEPP IMPACT

Johnny Depp Web Com

Depp! A Johnny Depp Fansite

Johnny-Depp.net

terça-feira, janeiro 10, 2006

Colaboradores - Parte IV - Atores

No quarto post sobre os colaboradores de Burton, poderíamos falar sobre vários profissionais: Chris Lebenzon, responsável pela edição de sete dos filmes de Burton; Peter Young, decorador dos cenários de Planeta dos Macacos, A Fantástica Fábrica de Chocolate, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e Batman; O francês Philippe Rousselot, diretor de fotografia de Planeta dos Macacos, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas e A Fantástica Fábrica de Chocolate ou Stephan Czapsky, diretor de fotografia em Edward Mãos de Tesoura, Batman - O Retorno e Ed Wood. Todos esses são nomes importantes nas produções Burtonianas e cada um pode ser pesquisado, caso o leitor tenha curiosidade, mas este post será dedicado àqueles profissionais que vemos na tela, os atores.
Além da equipe técnica, Burton também cultiva uma excelente relação de trabalho com seu cast, sendo que a maioria deles acaba se tornando amigo do diretor.

Michael Keaton é o primeiro nome na lista de repetições de Burton, o ator foi escalado para representar o papel de Beetle Geuse, em Beetlejuice (1988). Conhecido por sua qualidade de comediante, o nome de Keaton surpreendeu o público e a crítica quando escolhido para o papel do morcego, chegaram a dizer que Burton estava destruindo Batman pela escalação. “Se fosse qualquer outro diretor eu nem teria lido o roteiro, nunca teria cogitado a possibilidade de representar Batman, mas como foi o Tim sabia que podia confiar” (Michael Keaton em extras – dvd Batman - 1989). O trabalho de Keaton e Burton foi tão bem sucedido que gerou uma continuação: Batman – O Retorno de 1992.



Outro ator que Burton trabalhou em Batman, se repetiu anos depois em Marte Ataca!. A escolha de Jack Nicholson para a primeira produção de Batman exigiu um grande esforço de Tim Burton, até então um diretor desconhecido. Burton tem medo de cavalos, portanto odeia cavalgar, na sua primeira reunião com Jack, Jack disse que só faria o papel se o diretor cavalgasse com ele, e Tim o fez e como resultado temos o brilhante Curinga em 1989. Nicholson voltou a trabalhar com Tim na comédia alienígena, e representando dois papéis distintos. Além do presidente dos Estados Unidos, Jack também representou um charlatão de Las Vegas. Dois papéis que valem a pena conferir.

Seguindo os vilões do início de sua carreira, podemos falar agora de Danny DeVito. Danny produziu um espetáculo à parte em sua atuação como o Pingüim, em Batman – O Retorno (1992). Danny foi o único ator a quem Tim Burton desenhou um scketch do personagem, um quadro sobre um menino cujas características eram parecidas com as do Pingüim. Danny voltou a uma produção Burtonesca em 1996, no papel de um advogado malandro em Marte Ataca!. Repetindo o feito do desenho, Burton enviou um desenho de Amos Calloway para DeVito que aceitou o papel de dono de um circo em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003).



Outro baixinho que vemos várias vezes é o queniano Deep Roy. O charmoso Oompa-Loompa de A Fantástica Fábrica de Chocolate também era um macaquinho em Planeta dos Macacos e um palhaço de circo em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas. Roy também participou de A Noiva-Cadáver (2005), na voz do General Bonesapart.



Sobre atores poderíamos falar ainda de Albert Finney, Christopher Lee, Christopher Walken, Michael Cough entre outros. Já as atrizes, Lisa Marie, Winona Ryder e Helena Bonham Carter.

Helena, esposa de Burton, participou de quatro de suas produções até o momento. Excelente atriz não existe nenhum questionamento quanto ao motivo de suas atuações. Emily em A Noiva-Cadáver (2005), Mrs. Bucket, mãe de Charlie em A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), Jenny em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas de 2003 (ela também é a bruxa da infância de Ed Bloom), e Ari de Planeta dos Macacos (2001). A única reclamação que Helena diz ter sobre trabalhar com Burton é que ela quase sempre tem que estar coberta em maquiagem, sessões de maquiagem que duram até 8 horas.



Winona Ryder, Lydia em Beetlejuice, voltou a trabalhar com Burton em Edward Mãos de Tesoura, no papel da adolescente Kim. Na época, Winona namorava o ator Johnny Depp (não, não esqueci dele!). Não se sabe se o teste do ator foi devido ao relacionamento com a atriz, já a escalação, foi obviamente crédito da competência de Depp. O papel de Edward deu origem a uma das mais longas relações de trabalho entre ator e diretor, mas falar sobre Johnny Depp, só no próximo post (será o último sobre os colaboradores).

domingo, janeiro 08, 2006

Colaboradores - Parte III - Roteiristas


John August e Caroline Thompson, os roteiristas

Normalmente, o crédito de um filme é dado ao seu diretor mas isso não significa que a história tenha sido criada por ele. O diretor tem a função de mostrar uma história sob sua visão, mas nem sempre de escrevê-la. Essa função fica para os roteiristas. O roteirista pode tanto criar uma história ou adaptá-la. Na primeira função, ele usa sua criatividade para desenvolver uma narrativa que se apresentará tanto na forma de imagens quanto nos textos ditos pelos atores. Já na segunda função, além dos mesmos afazeres, o roteirista tem que capturar uma história criada por outra pessoa e transformá-la para a forma de um roteiro: cenas, noções de cenários, falas, seqüências, e ainda sim, mantendo a essência da história original. Existem diversas formas de adaptação, das mais fiéis às obras originais até aquelas que utilizam apenas um personagem ou uma moral. Cada roteirista possui seu estilo assim como um escritor literário.

Os filmes de Tim Burton possuem variados roteiristas, mas dois deles se repetiram durante a carreira do diretor. John August e Caroline Thompson assinam 5 roteiros de Burton, sendo que, um deles é resultado do trabalho da dupla, A Noiva-Cadáver (2005).


John é responsável pelo roteiro de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005) e Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003). August tem 34 anos e, ainda, poucos filmes em seu currículo, sendo que a maioria deles são filmes para TV, mas, no cinema, seus sucessos longe de Burton são os dois filmes As Panteras, de 2000 e 2003.

Caroline assina Edward Mãos de Tesoura (1990) e O Estranho Mundo de Jack (1993), ambos tendo como origem contos escritos por Tim Burton. Hoje, aos 50 anos e com sua carreira consolidada, Caroline, formada em jornalismo e escritora de romances optou por escrever roteiros quando um de seus romances, ainda na década de 80, foi adaptado para as telas, mas nunca chegou a ser lançado. Ela é autora do roteiro de A Família Adams (1991), Jardim Secreto (1993) e Beleza Negra (1994), sendo que o último também foi dirigido e produzido por ela.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Colaboradores - Parte II - Colleen Atwood


Colleen Atwood, a figurinista

Outra parte importante para o conjunto de um filme é o figurino. As vestimentas dos personagens são elementos que ajudam o espectador a aceitar o tempo e o local de um enredo. Assim, o figurinista tem que se preocupar em ser fiel a uma certa época e/ou um certo ambiente. Quando se trata de Tim Burton é difícil definir uma temporalidade ou uma locação específica para seus filmes, com exceção de Ed Wood (1994), mas, nem por isso, o figurinista perde sua importância. Além de situar a história, o figurino também transparece algumas características de cada personagem. Vejamos Edward Mãos de Tesoura: Edward usa uma roupa que parece uma ‘armadura’, ela dificulta seus movimentos e não condiz com nenhuma vestimenta normal dos outros personagens, isso compõe a condição de estranho e deslocado que Edward possui na narrativa. Captar as expressões desejadas pelo diretor, as unir ao elenco e demonstrá-las nas vestes dos personagens é a função de Colleen Atwood, figurinista de vários dos filmes de Burton.
Colleen, nascida em Washington em 1950, era consultora de moda antes de trabalhar no cinema. Conseguiu reconhecimento na carreira após trabalhar como assistente da figurinista Patrizia Von Brandenstein, além de fazer o ‘guarda-roupa’ das apresentações de algumas estrelas da música, como Elton John e Sting. O primeiro filme assinado exclusivamente por Colleen foi Quando Se Perde A Ilusão (Firstborn) de 1984.

Ela é responsável pelos figurinos de Perigo na Noite (Riddley Scott, 1987), Obsessão (David Anspaugh, 1988), Silêncio dos Inocentes (Jonathan Demme, 1991), Philadelphia (Jonathan Demme, 1993), Adoráveis Mulheres (Gillian Armstrong, 1994), A Mexicana (Gore Verbinski, 2001), Chicago (Rob Marshall, 2002), Desventuras em Série (Brad Silberling, 2005) e de Missão Impossível III, de J.J. Abrams, com lançamento em 2006. Para a lista completa dos trabalhos de Atwood, consulte o IMDB.

Com Tim Burton, seu primeiro trabalho foi Edward Mãos de Tesoura (1990), seguido por Ed Wood (1994), Marte Ataca! (1996), A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999), Planeta dos Macacos (2001) e Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003), além de Cabin Boy, de 1994, produzido por Burton.


Vendo esses exemplos de alguns dos trabalhos feitos por Colleen, é possível perceber que ela é capaz de criar em diferentes ambiências e sempre mantendo a riqueza de detalhes. Como já foi dito (em um post anterior), a preocupação com detalhes, mesmo os mínimos, é característica marcante no trabalho de Burton, portanto, ao escolher sua figurinista, não poderia ser diferente.
Estatuetas:

Colleen já foi indicada ao Oscar cinco vezes, e levou a estatueta em 2002, pelo filme Chicago. Em 1999, foi indicada pelo seu trabalho em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, e por esse filme levou os prêmios Golden Satellite e BAFTA Award.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Sutilezas

Uma vez eu li que um bom diretor é aquele que executa cada cena do filme como se ela fosse a mais importante, ou melhor, como se ela fosse o filme inteiro e todo o resto dependesse dela para que o filme acontecesse, dessa forma, no final das contas, o que temos é um filme cheio de cenas bem elaboradas.

Tim Burton é alguém que faz isso. Quando o espectador olha com mais cuidado o que se passa na tela, descobre detalhes sensacionais, pequenas piadas escondidas e algumas referências emocionantes, e, talvez por isso, nunca nos cansamos de ver os filmes dele (ok, estou falando por mim mesma).

A imagem abaixo é uma dessas que, na minha opinião, valem o filme todo.



Uma curiosidade sobre o filme: na cena em que a Mulher Gato coloca o passarinho na boca para ameaçar o Pinguim, não há efeitos expeciais. A atriz Michelle Pfeiffer de fato colocou e segurou o pássaro vivo em sua boca no decorrer da sequência.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Colaboradores - Parte I - Danny Elfman

Como todos sabemos, o trabalho de um diretor ao realizar filmes não pode acontecer sem a ajuda de uma grande equipe. Na produção de um filme seria possível citar aqui diversos profissionais que são imprescindíveis para o resultado final. Desde o roteirista e os profissionais dos estúdios que investem nas produções até os editores e letristas. Uma característica marcante, quando falamos sobre Tim Burton, é a sua relação com esses colegas de trabalho. Alguns deles se tornaram nomes essenciais nas produções burtonescas como veremos nos posts a seguir. Começando por:

Danny Elfman, o compositor

A trilha sonora de um filme é um dos diversos componentes para a criação do clima de uma cena ou uma seqüência. Estamos acostumados com elas, mesmo quando não lhe damos muita atenção. Seria completamente estranho, para um espectador, assistir uma cena de perseguição que possui Kenny G. como trilha, ou ainda mais estranho ver uma cena de amor ao som de heavy metal, por exemplo. Há ainda muitos filmes nos quais a trilha é especialmente criada para uma cena, as músicas são compostas e gravadas especialmente para um momento cinematográfico. A função do compositor musical está tanto na seleção de faixas já existentes quanto na criação desses temas, além de colocá-las no momento exato criando o clima necessário para a transmissão de um sentimento implícito na história.
Danny Elfman é um compositor texano a quem devemos todas as trilhas sonoras dos filmes de Tim Burton. Nascido em 1953, Elfman possui um currículo impressionante que inclui quase 200 (duzentos) filmes como produtor, ator, escritor e, principalmente, como compositor. Um dos trabalhos mais conhecidos de Elfman é o tema da série Os Simpsons. Mas a lista ainda inclui os scores de Chicago (2002), Men In Black (1997) e MIB II (2002), Gênio Indomável (1997), Sommersby – O Retorno de um Estranho (1993), Missão Impossível (1996), O Homem Aranha (2002) e O Homem Aranha 2 (2004), Pânico 2 (1997), além de várias séries para TV como Amazing Stories, Alfred Hitchcock Presents, Contos da Cripta, Desperate Housewives e, já mencionado, Os Simpsons. A lista completa pode ser vista no IMDB.
Além dos trabalhos para TV e cinema, Elfman também fazia parte da banda Oingo Boingo, iniciada na década de 80. Guitarrista, vocalista e letrista da banda, Danny produziu sucessos como Dead Man’s Party, Just Another Day e Weird Science, mas a banda se separou em 1996.

Danny iniciou seu trabalho com Burton, como compositor, em As Grandes Aventuras de Pee-Wee de 1985 e, desde então, a dupla nunca se separou. Beetlejuice – Os Fantasmas de Divertem (1988), é uma das raras vezes que em filmes junto a Burton, Elfman utilizou uma seleção de músicas de outro artista, Harry Belafonte, mas, ainda sim, a trilha inclui criações próprias. “Eu nunca sei o que esperar quando trabalho com Tim (Burton), então é melhor nem me preparar, eu espero as cenas e a partir delas eu componho.” (Danny Elfman em Extras DVD Batman Returns, 1992).
O trabalho mais recente da dupla é Tim Burton’s Corpse Bride ou A Noiva-Cadáver (2005) cujo processo foi um pouco diferente. Ao invés da trilha ser produzida ao final do filme, neste em particular, as cenas de dança e canto foram feitas já com a trilha finalizada. A coreografia foi desenhada a partir do trabalho de Danny.
Vale a pena prestar atenção aos detalhes que Elfman acrescenta aos filmes. Em Batman – O Retorno, por exemplo, existe uma trilha específica para cada personagem, e as sutilezas nas mudanças e misturas desses temas em cenas que incluem a Mulher-Gato e Batman formam um show à parte. Observando as trilhas assinadas por Danny é fácil afirmar que se trata de um compositor versátil, e é perfeitamente compreensível a preferência de Burton.
Estatuetas:
Elfman foi premiado com um Grammy, em 1989, pelo tema de Batman. Este ano ele foi novamente indicado ao Grammy Awards pelo seu trabalho em A Fantástica Fábrica de Chocolates (2005), saberemos o resultado no dia 8 de fevereiro quando a premiação acontecerá. Em 2003, foi indicado ao Oscar pela trilha original de Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, sendo essa sua terceira indicação ao prêmio. Esperamos agora pelos indicados ao Oscar desse ano, no dia 31 de janeiro.

Para quem quiser mais informações sobre Danny Elfman, pode consultar alguns websites dedicados a ele:
ou o site oficial do Oingo Boingo.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

O Estranho Mundo De Jack (1993)

“O Estranho Mundo de Jack” ou “Nightmare Before Christmas” ou ainda, “Tim Burton’s Nightmare Before Christmas” é um filme que merece um pouco mais de atenção e sempre causa um pouco de confusão.

A animação em stop-motion foi totalmente idealizada por Burton, desde sua história até sua produção, porém não foi dirigida por ele. A direção é crédito de Henry Selick, o diretor americano que também dirigiu outro filme em stop-motion produzido por Burton, James e o Pêssego Gigante de 1996. O filme demorou três anos para ser feito e todos os personagens haviam sido criados e desenhados por Burton na década de 80. Ele escolheu Selick para a direção, pois já conhecia seu trabalho com stop-motion. “Acho que fui escolhido para o trabalho porque venho do mesmo planeta que Burton”, diz Selick.

O Estranho Mundo de Jack era um sonho que Burton cultivava há anos, desde seu trabalho nos Estúdios Disney, mas não tinha a oportunidade de realizá-lo. Após seu sucesso com Batman (1989), Burton se viu em uma excelente posição financeira e uma ótima reputação frente aos estúdios. É preciso lembrar que Batman foi a primeira grande produção de Hollywood capaz de gerar vendas com merchandising: vendas de camisetas, bonés, chaveiros, canetas, bonecos etc. A produção do filme foi um investimento enorme, mas teve um retorno muito maior que o esperado. Esse sucesso financeiro fez com que Burton realizasse sua idéia, ele mesmo investiu na produção de ‘Jack’ e, usando sua influência e amigos, conseguiu que o filme fosse lançado. Foi necessário criar uma empresa somente para a produção do filme, a Skellington’s Productions. Mas seus direitos são parte dos Estúdios Disney.

O roteiro foi escrito por Caroline Thompson, a trilha sonora composta por Danny Elfman e a produção de Burton foi em conjunto com Denise Di Novi. Estes nomes são importantes em vários outros filmes de Burton, mas isso será tratado em outro post.

A história surgiu da preferência de Burton por histórias de Natal como O Grinch. Ele criou a idéia de um personagem que descobre o Natal e gosta tanto da idéia que decide ele mesmo fazê-lo. Não entrarei em detalhes aqui em relação à história para que aqueles que ainda não assistiram tenham a oportunidade de conhecer a história da forma que Burton quis contá-la.
Espero que este post tenha esclarecido porque não incluímos O Estranho Mundo de Jack na filmografia que apresentamos na lateral desse blog. Nessa lista estão apenas os filmes dirigidos por Burton, todos os outros trabalhos dele podem ser vistos na lista do IMDB.