sexta-feira, outubro 27, 2006

Bones

Para quem não sabe, Tim Burton foi convidado pelos músicos do The Killers para dirigir um videoclipe. A música escolhida faz parte do novo álbum da banda, o Sam's Town, e chama-se Bones, nada mais apropriado, né?

Quem não é fã do The Killers, como é o meu caso, provavelmente vai até começar a curtir mais os caras depois de assistir o vídeo. Para vê-lo, clique aqui.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Ed Wood - 1994

Uma homenagem ao pior diretor de todos os tempos, o longa-metragem de 127 minutos tem algumas características que o destaca entre o resto da filmografia de Tim Burton. Além do óbvio, ser o único em preto-e-branco, ele é o único que trabalha com personagens diretamente inspirados em pessoas do mundo real, narrando de forma cômica a biografia do diretor Ed Wood.


Johnny Depp interpreta o lendário diretor, criador de obras bastante conhecidas do público de cinema lado B. Wood se tornou famoso após a sua morte pela qualidade de seus filmes: todos muito mal produzidos, com histórias de terror que arrancaram mais gargalhadas do que gritos. A interpretação de Depp merece atenção especial, um Wood caricato, expressivo, com um lado inocente e sonhador. O Ed de Burton realmente acredita ser revolucionário e incompreendido. Em alguns de seus discursos, ele mostra sua paixão pelo cinema e sua crença na sua contribuição à sétima arte, chega a se comparar a Orson Welles, seu maior ídolo.

Martin Landau interpreta o papel de Bela Lugosi, estrela da maior parte dos filmes de Wood. Depois de interpretar Drácula, a carreira de Bela se tornou decadente e uma das poucas pessoas que lhe deu emprego foi Ed Wood, o que fez com que os dois se tornassem grandes amigos. Essa relação produz diálogos interessantes sobre a relação da fama com a realização pessoal, a decadência de um indivíduo que um dia foi um sucesso e foi esquecido.


Dolores Fuller (Sarah Jessica Parker), Criswell (Jeffrey Jones), Bunny Breckinridge (Bill Murray) e Vampira (Lisa Marie) são alguns dos exemplos das pessoas que compunham o convívio de Wood e se tornaram peças importantes na produção e vida do diretor. Cada um deles passa por um drama específico, sempre relacionado com o desejo da fama e o tratamento recebido por eles no mundo de Hollywood, quase sempre como produtos descartáveis. Dolores, especificamente, representa a ânsia de se manter as aparências em um mundo ditado pela imagem.


Tratar Ed Wood como simplesmente um filme biográfico seria injusto (muitos críticos consideram este o melhor filme da carreira de Burton), o filme mostra um conjunto de personagens (um tanto bizarros) excluídos do mundo hollywoodiano por fugirem dos padrões considerados normais pelos estúdios.

É interessante ressaltar o fato de Tim Burton ser, na realidade, um fã dos filmes de Wood. Estes filmes fizeram parte da infância e formação de Tim Burton como espectador de cinema e, por mais ‘pobres’ que as produções possam ser, elas de alguma maneira colaboraram na formação criativa de Burton.


Ed Wood – Ficha Técnica

Uma distribuição Touchstone
Direção: Tim Burton
Música: Howard Shore
Edição: Chris Lebenzon
Direção de Fotografia: Stefan Czapsky
Direção de Arte: Okowita
Figurino: Colleen Atwood
História: Baseado em livro de Rudolph Grey, Nightmare of Ecstasy
Roteiro: Scott Alexander e Larry Karaszewski
Produção: Tim Burton e Denise Di Novi
Produção Executiva: Michael Lehmann
Co-produtor: Michael Flynn
Ano: 1994


Alguns sites sobre o filme:

Ed Wood at IMDB
Ed Wood at Collective
Ed Wood – Adoro Cinema (português)
El Criticon (espanhol)

quarta-feira, setembro 27, 2006

Batman, O Retorno - 1992

O quinto longa-metragem de Burton é a continuação do grande sucesso de 1989. A seqüência da história do herói dos quadrinhos foi capaz de causar mais polêmica que a primeira, mas, em contraponto, Burton teve mais liberdade de criação e produção que no filme anterior. Devido ao sucesso financeiro do primeiro filme, o estúdio deu passe livre para Burton executar o filme da maneira que achasse melhor, ganhando também a função de produtor do filme.


O segundo filme da série, de 126 min, introduz um vilão muito conhecido pelos fãs de h.q., o Pingüim. Nas ilustrações dos quadrinhos, o Pingüim lembra muito mais um senhor de classe em seu smoking do que o asqueroso personagem interpretado por Danny DeVitto. O Pingüim de 1992 foi criado a partir de uma ilustração que Burton deu a Danny, um desenho de um garoto gordinho, vestindo um smoking e sem dedos. Foi com esse presente que Tim convidou o ator para representar um dos papéis mais marcantes de sua carreira. Além de uma fantasia pesada que dificultava seus movimentos, o ator também teve que passar várias horas todos os dias nos trailers de maquiagem para ganhar uma feição pálida, com olheiras gigantes e um nariz pontudo que lembra um bico. Praticamente irreconhecível, ele ainda teve que expelir um tipo de gosma azul durante várias cenas no filme, criando uma aparência repugnante. Além das modificações visuais, o Pingüim de Burton ganhou uma introdução na história que explica um pouco de sua condição psicológica, sendo um garoto ‘diferente’ que foi abandonado pelos pais e criado por pingüins nos esgotos da cidade. Por mais absurda que essa explicação seja, se tratando de Batman ela acaba dando uma certa simpatia ao vilão.



Diferente do primeiro filme, Batman Returns trabalha com dois vilões. A história da Mulher-Gato sempre foi muito controversa mesmo nos quadrinhos, ela nunca foi realmente definida como uma vilã ou uma companheira perfeita para o homem-morcego. Essa dualidade do personagem é apresentada no filme, enquanto Selina Kyle e Bruce Wayne participam de um jogo de sedução, a Mulher-Gato e Batman tentam se matar. A instabilidade emocional de Selina Kyle é um dos pontos altos da interpretação de Michele Pffeifer que, segundo Burton, é uma profissional impressionante. O diretor comentou bastante, em uma entrevista, sobre a cena em que Michele literalmente coloca um pássaro vivo em sua boca e continua a atuar para que a cena saia perfeita.



O papel de Selina Kyle criou um episódio cômico nos estúdios antes do início das filmagens. Sean Young, a atriz que havia sido escalada para interpretar o papel de Vicki Vale no primeiro filme (sofreu um acidente e foi substituída por Kim Basinger), apareceu no escritório dos produtores usando uma fantasia de gato e dizendo que o papel era dela. Mesmo assim, a atriz não ganhou nem uma ponta no filme (rs).


Já Michael Keaton (com a interpretação de Batman garantida pelo diretor) foi criticado, mais uma vez, por uma interpretação ofuscada pelos vilões da trama. Entretanto, Keaton mostra um herói ainda menos benevolente. Para os fãs de Bob Kane, a idéia de Batman sendo capaz de matar um capanga ou um vilão vai contra os princípios do herói. Contra seus princípios ou não, o Batman de Burton não parece se importar com segundas chances e, em sua primeira aparição no filme, ele já trata de incinerar alguns dos membros da gangue que estão destruindo a cidade. Mas ele não é tão cruel assim, na seqüência final temos exemplo disso (não vou entrar em detalhes).

Muitos fãs reclamaram de modificações na história de Bob Kane, mas, mais uma vez, foi um sucesso de bilheteria. Mesmo com tantas reclamações e críticas, após o lançamento das outras seqüências (Batman Eternamente - 1995 e Batman e Robin – 1997), ficou claro que os melhores filmes da série seriam mesmo os de Burton.



Batman, O Retorno – Ficha Técnica

Uma distribuição Warner Brothers
Baseado em revistas publicadas pela DC Comics Inc.
Direção: Tim Burton
Música: Danny Elfman (incluindo performance de Siouxie and the Banshees)
Edição: Bob Badami e Chris Lebenzon
Direção de Fotografia: Stefan Czapsky
Direção de Arte: Rick Heinrichs
Figurino: Bob Ringwood e Mary Vogt
História: Sam Hamm e Daniel Waters baseado em personagens de Bob Kane
Roteiro: Sam Hamm e Daniel Waters
Produção: Tim Burton e Denise Di Novi
Produção Executiva: Benjamin Melniker, Michael E. Uslan, Jon Peters e Peter Guber
Co-produtor: Larry Franco
Ano: 1992


Alguns sites sobre o filme:

Batman Returns IMDB
Batman Returns at Collective
Review Soundtrack Batman Returns
The Script
Batman O Retorno em Adorocinema (português)
Batman O Retorno – Omelete (português)

segunda-feira, setembro 25, 2006

Edward Mãos de Tesoura - 1990

Continuando a seqüência da filmografia de Burton, agora é a vez de “Edward Mãos de Tesoura” (Edward Scissorhands) de 1990. Apesar de ter se tornado um clássico da sessão da tarde, o filme não deixa nada a desejar. A história é um conto que Burton criou ainda na adolescência para ilustrar uma incapacidade de interação com o mundo, isso é representado em um personagem que não pode tocar nada, quem dirá pessoas. O filme é rico para análises em diversos segmentos (psicologia, sociologia, antropologia e, é claro, no estudo do cinema), e talvez, depois este blog terá algumas das análises feitas sobre ele no projeto experimental sobre Burton, mas por enquanto só uma breve exposição.



Edward Scissorhands trata da vida de um dos personagens mais estranhos do mundo de Tim Burton. Edward, interpretado por Johnny Depp, é resultado das experiências de um cientista que morre antes de terminar a sua obra, deixando o personagem incompleto com tesouras no lugar de mãos. Seu criador (Vincent Price) é a única referência de mundo e de convivência em sociedade que ele possui, tendo sido seu único tutor no que diz respeito ao ensino de valores e formas de conduta, tais como regras de etiqueta, cultura geral e formas de interação em ocasiões sociais. Porém, apesar destas aulas, Edward nunca tinha tido a chance de colocá-las em prática, até que é levado ao convívio dos moradores de Suburbia. É a partir daí que a história se desenrola e o espectador passa a se envolver com aquele indivíduo que é uma versão muito mais pura e inocente do monstro de Frankenstein.


O filme passeia por elementos de referência gótica, brinca com o “American Way Of Life” e carrega uma crítica social intensa que, apesar de seus 16 anos, pode facilmente ser considerado atual. Edward sofre, ri, aprende, muda, se apaixona, ou seja, o filme tem todos os ingredientes comuns de um filme hollywoodiano, mas não tem nada de comum, muito menos o final que não é nada feliz.
Isso tudo acontece em 105 minutos que são, de fato, a resposta dada para a pergunta: de onde vem a neve? Mas esse detalhe é esquecido completamente durante a história envolvente de Edward.


Vale a pena destacar também que o filme marca o início da relação de Burton com Johnny Depp, já muito falado aqui neste blog. Pessoalmente, admiro a capacidade do ator em transmitir com o olhar o crescimento do personagem no decorrer da história. O olhar de Edward no início da trama é completamente infantil, curioso e assustado. Nas seqüências finais é um olhar bem diferente: mais maduro, preocupado e triste.



Sessão da tarde ou não, Edward Mãos de Tesoura está na minha lista de favoritos.


Edward Mãos de Tesoura – Ficha Técnica

Uma distribuição Warner Brothers
Direção: Tim Burton
Música: Danny Elfman
Edição: Richard Halsey
Direção de Fotografia: Stefan Czapsky
História: Tim Burton e Caroline Thompson
Roteiro: Caroline Thompson
Figurino: Colleen Atwood
Produção: Denise Di Novi e Tim Burton
Produção Executiva: Richard Hashimoto
Ano: 1990


Alguns sites sobre o filme e o personagem Batman:

Edward Scissorhands
Edward at Tim Burton Dream Site
Edward at The Collective
Rotten Tomatoes
Edweird Scissorhands
Adoro Cinema: Edward Mãos de Tesoura
Cinemotion

sábado, junho 10, 2006

Justificativa

Mil desculpas pela enorme demora para atualizar este blog...
O fato é que nos últimos tempos tudo que pudemos fazer foi concluir a famosa monografia.
E conseguimos!

Ela foi entregue e, em breve, divulgaremos novas informações.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Johnny e Tim

Uma das grandes virtudes de Tim Burton é saber escolher com quem deve ou não trabalhar. No entanto, em determinadas ocasiões, isto parece ser impossível, dada a pressão que produtores, estúdios e capitalistas de Hollywood em geral fazem para que o diretor escolha o ator mais popular, ao invés do mais adequado. Burton, porém, sempre lutou em favor dos atores que queria, como já foi mencionado no post do Batman sobre Michael Keaton.

Alguns erros de casting podem ser fatais para a qualidade artística de um filme. Dá pra imaginar como seria ir ao cinema e ver um filme em que Tom Cruise fizesse o papel de um excluído social a la Frankenstein que tivesse tesouras no lugar das mãos? E se neste mesmo filme com o Mr. Cruise, não acontecessem explosões, corridas de carro, procuras por armas secretas governamentais, perseguições frenéticas e, além de tudo, ele não ficasse com a mocinha no final?

Pois é exatamente isto que teria acontecido se Cruise tivesse aceitado o papel principal no filme "Edward mãos de tesoura". Imagine, caro leitor, como teria sido se o pedante e falso sorriso de Tom Cruise fosse trocado pelo doce e ingênuo olhar de Johnny Depp. Obviamente, o filme teria tomado rumos que hoje são impossíveis de se prever (ao menos para esta que vos escreve, por, infelizmente, não possuir uma bola de cristal).

Ironicamente, a grande sorte (eu disse ironicamente) foi que Tom teve que recusar o roteiro de Burton porque deveria iniciar as filmagens de "Dias de trovão" na mesma época (o que só reforça a teoria que diz que há males que vão para bem).

Com Tom fora do projeto, outros nomes foram cogitados. Tom Hanks e Robert Downey Jr. fazem parte de uma vasta lista de possíveis Edwards e sabe-se que até Michael Jackson interessou-se pelo papel, mas não foi convidado para os testes. Finalmente, Johnny ouviu falar sobre o personagem pela então namorada Wynona Rider, já escalada para o papel de Kim. Tim conheceu Johnny, os dois se apaixonaram e o resto é história.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Batman – 1989

Batman (1989) pode ser considerado um dos filmes mais polêmicos de toda a filmografia de Burton. Na época em que o filme começou a ser produzido, a pressão sobre o diretor (ainda pouco conhecido) era enorme. Os quadrinhos do super herói já possuía uma legião de fãs, e o maior temor era que se repetisse o estilo da série de TV, que parecia mais uma piada do que uma história. Sem se deixar levar pelos comentários na mídia, Burton seguiu seu trabalho junto aos roteiristas criando algumas modificações na história original, deixando o personagem Batman com mais profundeza psicológica (termos usados pelo próprio Burton).

A polêmica em torno do filme voltou durante a escalação do elenco, a escolha de Michael Keaton foi um choque para os críticos de cinema e o público em geral. Keaton na época era conhecido apenas por papéis em comédias, e ninguém podia imaginar o ator no papel do herói mascarado. Mais uma vez, foi questionado se o filme não se transformaria em uma versão longa-metragem da série de má qualidade dos anos 60.

Apesar de todos os problemas com a crítica antes da conclusão do filme, Batman entrou para a história do cinema. O filme foi o primeiro na história de Hollywood a produzir lucro com merchandising. Hoje em dia é comum pensar em chaveiros, canetas, camisetas, bonés etc sendo vendidos no período de lançamento de um filme, mas, na época, os estúdios ainda não investiam neste tipo de comércio. Batman foi o primeiro, chocando os produtores quando grande parte do público compareceu às estréias usando camisetas e bonés com o símbolo do morcego. O filme, de 126 minutos, teve um custo de 35 milhões de dólares, valor alto para a época de sua realização, e lucrou mais de 251 milhões só nos Estados Unidos, isso mesmo, com esse lucro o filme poderia ter sido feito mais de 7 vezes. Não é absurdo dizer que Batman foi o marco do início da era das mega produções milionárias de Hollywood.



A participação de Jack Nicholson no projeto foi outro elemento que colaborou para o sucesso de Batman. A ator consagrado trouxe peso e seriedade para a produção, cessando as dúvidas dos críticos sobre a qualidade do filme. Convencer Nicholson de aceitar o papel de Curinga (Joker) foi um desafio para Burton, o diretor foi ‘obrigado’ pelo ator a cavalgar, Nicholson só aceitaria o papel se Tim o fizesse. Apesar de seu pânico de cavalos, Burton aceitou o desafio. O público agradece, pois a atuação de Nicholson, como era de se esperar, se destaca no filme, sendo que algumas críticas chegaram a argumentar que o filme deveria se chamar Joker e não Batman.

Quem surpreendeu foi Michael Keaton que demonstrou uma qualidade cênica nunca vista em seus trabalhos anteriores, o ator representou um herói sombrio, distante e com um olhar profundo expressando toda a complexidade do personagem idealizado por Burton. “O Batman não poderia ser outro ator, ele é um homem comum com um passado conturbado que o transformou em um justiceiro da noite”, diz Burton.



Outro papel de destaque foi o de Kim Basinger, representando Vicki Vale, a fotógrafa que conquista o coração do herói. Kim foi chamada para o filme 24 horas antes do início das filmagens, a atriz que faria o papel originalmente, Sean Young, havia sofrido um acidente e escolheram Kim como substituta. (Atenção para este nome, Sean causa polêmica no behind the scenes de Batman O Retorno (1992) – assunto de outro post).

E claro, Michael Gough não pode ser esquecido no papel do simpático mordomo de Bruce Wayne. O ator foi capaz de expressar perfeitamente a qualidade paterna para Bruce sem perder os limites criados pela tradição de mordomos ingleses.

Durante as filmagens, a crítica ou a reação do público não exerceu muita influência sobre o elenco ou a equipe, as filmagens aconteceram em uma região próxima a Londres, em um antigo estúdio. Mas, após o lançamento do filme, muitos fãs dos quadrinhos de Bob Kane reclamaram das modificações feitas em elementos da história, as principais eram: Alfred levar Vicki até a bat-cave e Joker ser apresentado como o assassino dos pais de Bruce (já que nos quadrinhos, são pessoas diferentes). Apesar da reclamação dos fãs, Bob Kane se mostrou bastante satisfeito com o resultado do trabalho de Burton, sendo que ele próprio colaborou com alguns elementos estéticos do filme.



O aspecto visual do filme chamou bastante atenção e é mencionado sempre quando o assunto é Tim Burton. Um filme extremamente escuro, com ambientes góticos. A cidade de Gotham City é uma representação da Nova York dos anos 40 misturada com um clima londrino e, ao mesmo tempo, atemporal e única. Esses elementos se destacaram para público e crítica, o que foi fundamental para o reconhecimento do nome de Tim Burton.


Batman – Ficha Técnica

Uma distribuição Warner Brothers
Baseado em revistas publicadas pela DC Comics Inc.
Direção: Tim Burton
Música: Danny Elfman (incluindo performances de Prince)
Edição: Ray Lovejoy
Direção de Fotografia: Roger Pratt
Figurino: Bob Ringwood e Linda Henrikson
História: Sam Hamm e baseado em personagens de Bob Kane
Roteiro: Sam Hamm e Warren Skaaren
Produção: Jon Peters e Peter Guber
Produção Executiva: Benjamin Melniker e Michael E. Uslan
Co-produtor: Chris Kenny
Ano: 1989


Alguns sites sobre o filme e o personagem Batman:

Batman no IMDB
Batman by Warner
Batman The Animated Series
Batman on Film (cuidado, muitos pop ups)

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Beetlejuice - 1988

Este post deveria falar sobre As Grandes Aventuras de Pee-Wee, infelizmente não consegui ver o filme até hoje, mas prometo que assim que encontrá-lo, ele terá um texto exclusivo.
Vejamos então sobre Beetle Juice de 1988. A comédia de 92 minutos conta com a atuação de Alec Baldwin, Geena Davis, Jeffrey Jones, Catherine O’Hara, Wynona Ryder e claro Michael Keaton. Um elenco respeitável para um diretor que estava apenas começando.

A história trata de um casal que morre em um acidente de carro e ainda deve cumprir 100 anos na Terra, com seus espíritos presos em seu antigo lar. A casa está sendo vendida para uma família que foge de New York procurando paz e, tentando afastar os novos moradores, o casal (Baldwin e Davis) acaba se metendo em confusões com o estranho Betelgeuse, um charlatão do mundo dos mortos. Michael Keaton é o responsável pelo peculiar personagem e está quase irreconhecível na pele do ‘besouro-suco’.



Uma curiosidade sobre o filme é seu nome. No título do filme nós podemos ver que ele se chama Beetle Juice, em praticamente todas as traduções e todos os dados sobre o filme o nome foi unido, passando a ser Beetlejuice. O interessante é que o título é referência ao nome do personagem de Michael Keaton, mas seu nome não é Beetle Juice e sim Betelgeuse, cuja pronuncia é muito próxima das palavras inglesas besouro e suco. Em português, o personagem acabou sendo chamado de Besouro-Suco.

O filme é o segundo longa-metragem de Tim Burton e já mostrava características do trabalho do diretor que se repetiriam no futuro em sua obra. Humor negro alimenta toda a narrativa com piadas sobre uma burocracia no mundo dos mortos, no estilo das repartições públicas, ou ainda uma piada em relação à arte contemporânea nos trabalhos de Delia (Catherine O’Hara) que se tornam armas do pilantra Besouro-Suco. Lydia (Winona Ryder) traz o incompreendido no papel da adolescente em confronto com os pais e sensível suficiente para ver os fantasmas na casa, no fim se torna o ponto principal da trama. (Ok, ok é possível que alguém ainda não tenha visto o filme). É legal prestar atenção à estética dos monstros e do próprio Betelgeuse, particularmente, gosto muito do padre do além.

A trilha sonora também merece atenção, a inclusão das músicas de Harry Belafonte dá um toque especial à comédia, com cenas ‘musicais’ divertidas, principalmente Day-O (Banana Boat) e Jump In The Line, a cena da mesa de jantar e da escada final, respectivamente.

O filme também rendeu uma série animada para TV, que foi produzida pelo próprio Burton e chegou a ser transmitida uma época no Brasil em um canal aberto.

Beetle Juice – Ficha Técnica
Uma distribuição Geffen Company
Direção: Tim Burton
Música: Danny Elfman
Edição: Jane Kurson
Direção de Fotografia: Thomas Ackerman
História: Michael McDowell e Larry Wilson
Roteiro: Michael McDowell e Warren Skaaren
Produção: Michael Bender, Larry Wilson e Richard Hashimoto
Especial: Rich Heinrichs
Ano: 1988
(Alguns dos nomes já foram citados aqui em participações em outros filmes de Burton)



Alguns sites sobre o filme:

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Frankenweenie - 1984

Outro curta-metragem, Frankenweenie, de 1984, é em preto e branco e tem a duração de 25 minutos. A história é baseada em Frankenstein (1931, James Whale), um dos filmes favoritos de Tim Burton. Na ‘adaptação’, no lugar do monstro do Doutor Frankenstein está Sparky, o cachorro de Victor que morreu atropelado na porta de casa. Após uma aula de ciências, Victor tem a idéia de ressucitar o cão através da aplicação de energia elétrica. Incrivelmente, o plano do garoto funciona e Sparky volta a vida, para o terror dos vizinhos.


O filme também foi produzido pelos estúdios Disney e já demonstra o humor sombrio de Burton. Exatamente por ser muito ‘macabro’ o filme acabou sendo engavetado pela Disney, sendo recuperado somente depois do sucesso de Burton. O que é uma pena, pois é exatamente o que deixa o filme divertido. A seqüência inicial é a morte do cão e seu enterro em um cemitério de animais. Há também a seqüência de vizinhos enfurecidos que tentam eliminar o cão e acabam quase matando o menino, lembra um pouco a seqüência dos vizinhos perseguindo Edward, em Edward Mãos de Tesoura (1990).


Frankenweenie está nos extras do dvd de O Estranho Mundo de Jack (1993) e também pode ser encontrado para download na internet.

Frankenweenie - Ficha Técnica:
Um Filme baseado em idéia original de Tim Burton
Direção: Tim Burton
Produção: Julie Hickson
(Produtor Associado: Rick Heinrichs – Supervisão: Tom Leetch)
Roteiro: Lenny Ripps
Edição: Ernest Milano
Direção de Arte: John B. Mansbridge
Direção de fotografia: Thomas Ackerman
Música: Michael Convertino e David Newman
Ano: 1984

Alguns sites com mais informações sobre o curta:

terça-feira, janeiro 17, 2006

Vincent - 1982

O curta-metragem Vincent, de 1982, é o primeiro filme com a assinatura oficial de Tim Burton. Com a duração de 6 minutos, a animação foi produzida através da técnica stop-motion e em preto & branco. O filme conta a história de Vincet Malloy, um menino de 7 anos de idade que sonha em ser Vincent Price. O garoto de imaginação fértil vê sua casa como um grande castelo onde ele poderia fazer suas experiências como, por exemplo, transformar sua tia em um boneco de cera ou seu cachorro em um zombie. Leitor de Edgar Allan Poe, confunde sua realidade com as histórias do escritor.
Narrado por Vincent Price, ídolo de Burton desde a infância, o curta foi feito ainda durante a época que Burton trabalhava para os Estúdios Disney. A história não encaixa no padrão Disney de produção, mas foi tão bem feito e recebeu tanta atenção que pode ser considerado o ponta pé inicial para a carreira de Burton como diretor.
Vincent foi escrito, desenhado e dirigido por Burton. É um poema (para lê-lo, clique aqui) escrito por Burton inspirado em The Raven de Edgar Allan Poe. A proximidade da história do pequeno Vincent Malloy com a biografia do diretor é indiscutível. Os ídolos de Vincent são os mesmos de Burton além da fértil imaginação, uma característica que se manteve após sua infância. Inclusive, a aparência de Vincent não é muito diferente da de Burton, o cabeleireiro com certeza é o mesmo rs.


Vincent pode ser encontrado nos extras em algumas versões de dvd’s de O Estranho Mundo de Jack (a versão brasileira traz somente Frankenweenie). Também é possível encontrá-lo para download na internet.

Vincent - Ficha Técnica:
Um Filme de Tim Burton e Rick Heinrichs
Direção, desenho e história: Tim Burton
Produção, esculturas e desenhos adicionais: Rick Heinrichs
Animação: Stephen Chiodo
Direção de fotografia: Victor Abdalov
Musica: Ken Hilton
Ano: 1982

Tim Burton’s Vincent é um site em inglês dedicado exclusivamente ao curta-metragem.

sábado, janeiro 14, 2006

Colaboradores - Parte V - Johnny Depp

Como prometido, um post dedicado exclusivamente a Johnny Depp. Desculpem a demora, mas falar de Johnny sendo justa é um pouco difícil, ele é um ator versátil, competente, além de todas as qualidades que fazem as meninas babarem. Não hesitaria em fazer um blog dedicado somente a ele, tenho certeza que assunto não faltaria. O texto a seguir portanto é apenas um esboço da carreira de Depp.

Antes de falar da filmografia de Depp, vejamos o que ele fazia antes de embarcar na carreira de ator. Aos 16 anos, Depp largou a escola para se dedicar à carreira de músico, ele era guitarrista de uma banda chamada The Kids, chegando a abrir shows para Iggy Pop. A banda em busca de sucesso mudou-se para Los Angeles, onde Depp, casado com Lori Allison (uma maquiadora), foi apresentado a Nicolas Cage pela esposa. O casamento terminou, mas a amizade entre Depp e Cage não. Depp era vendedor de canetas por telefone quando Cage o convenceu de tentar atuar. Johnny se associou ao mesmo agente de Cage e conseguiu seu primeiro teste e papel com Wes Craven, em A Hora do Pesadelo (1984).

No ano seguinte foi Férias do Barulho, seguido de um filme para TV chamado Queimando-se Lentamente, em 1986. Ainda em 1986, Depp saiu do cinema lado B e trabalhou ao lado de Oliver Stone em Platoon. Johnny também fez uma série para TV chamada 21 Jump Street ou Anjos da Lei em português, e o filme Cry-Baby em 1990.

No mesmo ano, Johnny namorava Winona Ryder, com quem fez par romântico no seu primeiro filme com Tim Burton. Já foi dito que a relação diretor/ator entre Depp e Burton iniciou em Edward Mãos de Tesoura (1990). O ator conseguiu o papel através de um teste e Burton diz que não conhecia seus trabalhos anteriores. Um crime por parte de Burton já que o currículo de Johnny já era bem respeitável, principalmente para quem gosta de sessão da tarde e corujão rs.

Na década de 90, Depp fez parte de vários filmes nos quais pôde demonstrar sua qualidade cênica e hoje é conhecido como um ator de papéis excêntricos.

1991 – A Hora do Pesadelo 6
1993 – Arizona Dream – Um sonho americano
1993 – Benny e Joon – Corações em conflito
1993 – Gilbert Grape – Aprendiz de Sonhador
1995 – Don Juan DeMarco
1995 – Dead Man
1995 – Tempo Esgotado
1997 – Donnie Brasco
1997 – O Bravo (também dirigido por Depp)
1998 – Medo e Delírio
1999 – O Último Portal
1999 – Enigma do Espaço

Com certeza nessa lista, o que mais chamou atenção do público para Johnny Depp foi o papel do maior sedutor de todos os tempos: Don Juan. E ainda, no filme, o ator dividiu a cena com Marlon Brando e Faye Dunnaway.

Em 1994, Johnny voltou a trabalhar com Tim Burton na história biográfica do diretor Ed Wood. O filme, que levou o mesmo nome, foi rodado em preto & branco narrando a carreira e a vida do pior diretor de toda história de Hollywood.


Em 1999, a dupla se reuniu novamente. Dessa vez foi a versão cinematográfica de uma das maiores lendas de terror da literatura. Sleepy Hollow ou A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça conta a história sobrenatural de uma cidade rural no século XIX. Johnny Depp, no papel do detetive Ichabod Crane, acrescenta humor ao conto macabro.

Continuando a filmografia do ator, Johnny mostra seu talento em Porque Choram os Homens (2000), Antes do Anoitecer (2000), Chocolate (2000), Profissão de Risco (2001), Do Inferno (2001), Era Uma Vez No México (2003). Em Janela Secreta (2004), história de Stephen King, ele representa um escritor perturbado por um estranho homem que o acusa de plágio. Ele também interpreta um escritor em Em Busca da Terra do Nunca (2004), o autor da história infantil Peter Pan, ao lado de Kate Winslet. Ainda em 2004, Ils se marièrent et eurent beaucoup d'enfants, no cinema francês e The Libertine de Laurence Dunmore.

O papel que mais se destacou na carreira de Depp foi definitivamente o Capitão Jack Sparrow de Piratas do Caribe – A Maldição da Pérola Negra (2003). Seus trejeitos estranhos e o sotaque irlandês ganham a atenção do público no filme. O malandro pirata, que rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, fez tanto sucesso que será o primeiro papel que Depp repetirá. Já em filmagem, Piratas do Caribe terá pelo menos mais duas seqüências: Piratas do Caribe: Dead Man’s Chest e Piratas do Caribe 3, ambos com Depp no papel de Jack Sparrow. Depp gostou tanto de sua estadia no Caribe, que hoje é proprietário de uma ilha caribenha.

Os dois filmes mais recentes do ator são junto a Burton. Em A Fantástica Fábrica de Chocolate, Johnny é o excêntrico Willy Wonka que, na versão burtoniana do conto de Roald Dahl, se torna mais importante que o próprio Charlie, mesmo o filme tendo como título original Charlie and the Chocolate Factory. A outra parceria recente é a voz e os traços físicos de Depp em A Noiva-Cadáver. Depp, além da voz, é a inspiração para a criação do boneco do personagem Victor Van Dort. Sendo esse seu quinto protagonista em filmes de Burton.

Já existem rumores de nova união entre Burton e Depp, seria a adaptação do musical da Broadway Sweeney Todd de Stephen Sondheim. Agora é esperar para ver se será concretizado.


Como foi dito, esse texto é apenas um esboço da carreira do ator. Como o próprio Burton afirma, Depp tem uma qualidade de ator de cinema mudo, capaz de transmitir muito apenas no olhar e na expressão. Comentário que pode ser comprovado observando a filmografia do ator, não somente nas parcerias com Tim. Além de um excelente profissional, Depp ainda foi eleito como o homem mais sexy do mundo pela revista People e atualmente é o ator mais popular nos Estados Unidos. O charmoso ator é muito reservado sobre sua vida pessoal e principalmente seus filhos. Pai de um casal, Jack e Lily Rose, Johnny se refugiou em uma vila na França, em busca de privacidade para sua família, onde vive com os filhos e a ‘esposa’ francesa Vanessa Paradis (não são legalmente casados). Ele chegou a agredir um paparazzi que tentava tirar fotos dos seus filhos brincando. “Eu optei por estar sob os flashs, quando eles crescerem eles que farão a escolha, devo esse direito a eles”, diz Depp.

Quem quiser mais informações sobre Johnny Depp, ai estão alguns links interessantes:

Johnny Depp no IMDB

Depp Lovers (portugues - na parte de multimídia desse site existem algumas mp3 disponíveis para download de TheKids e de músicas do próprio Depp.)

Depp - Fotos

Depp no Tim Burton's Collective

DEPP IMPACT

Johnny Depp Web Com

Depp! A Johnny Depp Fansite

Johnny-Depp.net

terça-feira, janeiro 10, 2006

Colaboradores - Parte IV - Atores

No quarto post sobre os colaboradores de Burton, poderíamos falar sobre vários profissionais: Chris Lebenzon, responsável pela edição de sete dos filmes de Burton; Peter Young, decorador dos cenários de Planeta dos Macacos, A Fantástica Fábrica de Chocolate, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e Batman; O francês Philippe Rousselot, diretor de fotografia de Planeta dos Macacos, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas e A Fantástica Fábrica de Chocolate ou Stephan Czapsky, diretor de fotografia em Edward Mãos de Tesoura, Batman - O Retorno e Ed Wood. Todos esses são nomes importantes nas produções Burtonianas e cada um pode ser pesquisado, caso o leitor tenha curiosidade, mas este post será dedicado àqueles profissionais que vemos na tela, os atores.
Além da equipe técnica, Burton também cultiva uma excelente relação de trabalho com seu cast, sendo que a maioria deles acaba se tornando amigo do diretor.

Michael Keaton é o primeiro nome na lista de repetições de Burton, o ator foi escalado para representar o papel de Beetle Geuse, em Beetlejuice (1988). Conhecido por sua qualidade de comediante, o nome de Keaton surpreendeu o público e a crítica quando escolhido para o papel do morcego, chegaram a dizer que Burton estava destruindo Batman pela escalação. “Se fosse qualquer outro diretor eu nem teria lido o roteiro, nunca teria cogitado a possibilidade de representar Batman, mas como foi o Tim sabia que podia confiar” (Michael Keaton em extras – dvd Batman - 1989). O trabalho de Keaton e Burton foi tão bem sucedido que gerou uma continuação: Batman – O Retorno de 1992.



Outro ator que Burton trabalhou em Batman, se repetiu anos depois em Marte Ataca!. A escolha de Jack Nicholson para a primeira produção de Batman exigiu um grande esforço de Tim Burton, até então um diretor desconhecido. Burton tem medo de cavalos, portanto odeia cavalgar, na sua primeira reunião com Jack, Jack disse que só faria o papel se o diretor cavalgasse com ele, e Tim o fez e como resultado temos o brilhante Curinga em 1989. Nicholson voltou a trabalhar com Tim na comédia alienígena, e representando dois papéis distintos. Além do presidente dos Estados Unidos, Jack também representou um charlatão de Las Vegas. Dois papéis que valem a pena conferir.

Seguindo os vilões do início de sua carreira, podemos falar agora de Danny DeVito. Danny produziu um espetáculo à parte em sua atuação como o Pingüim, em Batman – O Retorno (1992). Danny foi o único ator a quem Tim Burton desenhou um scketch do personagem, um quadro sobre um menino cujas características eram parecidas com as do Pingüim. Danny voltou a uma produção Burtonesca em 1996, no papel de um advogado malandro em Marte Ataca!. Repetindo o feito do desenho, Burton enviou um desenho de Amos Calloway para DeVito que aceitou o papel de dono de um circo em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003).



Outro baixinho que vemos várias vezes é o queniano Deep Roy. O charmoso Oompa-Loompa de A Fantástica Fábrica de Chocolate também era um macaquinho em Planeta dos Macacos e um palhaço de circo em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas. Roy também participou de A Noiva-Cadáver (2005), na voz do General Bonesapart.



Sobre atores poderíamos falar ainda de Albert Finney, Christopher Lee, Christopher Walken, Michael Cough entre outros. Já as atrizes, Lisa Marie, Winona Ryder e Helena Bonham Carter.

Helena, esposa de Burton, participou de quatro de suas produções até o momento. Excelente atriz não existe nenhum questionamento quanto ao motivo de suas atuações. Emily em A Noiva-Cadáver (2005), Mrs. Bucket, mãe de Charlie em A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), Jenny em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas de 2003 (ela também é a bruxa da infância de Ed Bloom), e Ari de Planeta dos Macacos (2001). A única reclamação que Helena diz ter sobre trabalhar com Burton é que ela quase sempre tem que estar coberta em maquiagem, sessões de maquiagem que duram até 8 horas.



Winona Ryder, Lydia em Beetlejuice, voltou a trabalhar com Burton em Edward Mãos de Tesoura, no papel da adolescente Kim. Na época, Winona namorava o ator Johnny Depp (não, não esqueci dele!). Não se sabe se o teste do ator foi devido ao relacionamento com a atriz, já a escalação, foi obviamente crédito da competência de Depp. O papel de Edward deu origem a uma das mais longas relações de trabalho entre ator e diretor, mas falar sobre Johnny Depp, só no próximo post (será o último sobre os colaboradores).

domingo, janeiro 08, 2006

Colaboradores - Parte III - Roteiristas


John August e Caroline Thompson, os roteiristas

Normalmente, o crédito de um filme é dado ao seu diretor mas isso não significa que a história tenha sido criada por ele. O diretor tem a função de mostrar uma história sob sua visão, mas nem sempre de escrevê-la. Essa função fica para os roteiristas. O roteirista pode tanto criar uma história ou adaptá-la. Na primeira função, ele usa sua criatividade para desenvolver uma narrativa que se apresentará tanto na forma de imagens quanto nos textos ditos pelos atores. Já na segunda função, além dos mesmos afazeres, o roteirista tem que capturar uma história criada por outra pessoa e transformá-la para a forma de um roteiro: cenas, noções de cenários, falas, seqüências, e ainda sim, mantendo a essência da história original. Existem diversas formas de adaptação, das mais fiéis às obras originais até aquelas que utilizam apenas um personagem ou uma moral. Cada roteirista possui seu estilo assim como um escritor literário.

Os filmes de Tim Burton possuem variados roteiristas, mas dois deles se repetiram durante a carreira do diretor. John August e Caroline Thompson assinam 5 roteiros de Burton, sendo que, um deles é resultado do trabalho da dupla, A Noiva-Cadáver (2005).


John é responsável pelo roteiro de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005) e Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003). August tem 34 anos e, ainda, poucos filmes em seu currículo, sendo que a maioria deles são filmes para TV, mas, no cinema, seus sucessos longe de Burton são os dois filmes As Panteras, de 2000 e 2003.

Caroline assina Edward Mãos de Tesoura (1990) e O Estranho Mundo de Jack (1993), ambos tendo como origem contos escritos por Tim Burton. Hoje, aos 50 anos e com sua carreira consolidada, Caroline, formada em jornalismo e escritora de romances optou por escrever roteiros quando um de seus romances, ainda na década de 80, foi adaptado para as telas, mas nunca chegou a ser lançado. Ela é autora do roteiro de A Família Adams (1991), Jardim Secreto (1993) e Beleza Negra (1994), sendo que o último também foi dirigido e produzido por ela.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Colaboradores - Parte II - Colleen Atwood


Colleen Atwood, a figurinista

Outra parte importante para o conjunto de um filme é o figurino. As vestimentas dos personagens são elementos que ajudam o espectador a aceitar o tempo e o local de um enredo. Assim, o figurinista tem que se preocupar em ser fiel a uma certa época e/ou um certo ambiente. Quando se trata de Tim Burton é difícil definir uma temporalidade ou uma locação específica para seus filmes, com exceção de Ed Wood (1994), mas, nem por isso, o figurinista perde sua importância. Além de situar a história, o figurino também transparece algumas características de cada personagem. Vejamos Edward Mãos de Tesoura: Edward usa uma roupa que parece uma ‘armadura’, ela dificulta seus movimentos e não condiz com nenhuma vestimenta normal dos outros personagens, isso compõe a condição de estranho e deslocado que Edward possui na narrativa. Captar as expressões desejadas pelo diretor, as unir ao elenco e demonstrá-las nas vestes dos personagens é a função de Colleen Atwood, figurinista de vários dos filmes de Burton.
Colleen, nascida em Washington em 1950, era consultora de moda antes de trabalhar no cinema. Conseguiu reconhecimento na carreira após trabalhar como assistente da figurinista Patrizia Von Brandenstein, além de fazer o ‘guarda-roupa’ das apresentações de algumas estrelas da música, como Elton John e Sting. O primeiro filme assinado exclusivamente por Colleen foi Quando Se Perde A Ilusão (Firstborn) de 1984.

Ela é responsável pelos figurinos de Perigo na Noite (Riddley Scott, 1987), Obsessão (David Anspaugh, 1988), Silêncio dos Inocentes (Jonathan Demme, 1991), Philadelphia (Jonathan Demme, 1993), Adoráveis Mulheres (Gillian Armstrong, 1994), A Mexicana (Gore Verbinski, 2001), Chicago (Rob Marshall, 2002), Desventuras em Série (Brad Silberling, 2005) e de Missão Impossível III, de J.J. Abrams, com lançamento em 2006. Para a lista completa dos trabalhos de Atwood, consulte o IMDB.

Com Tim Burton, seu primeiro trabalho foi Edward Mãos de Tesoura (1990), seguido por Ed Wood (1994), Marte Ataca! (1996), A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999), Planeta dos Macacos (2001) e Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003), além de Cabin Boy, de 1994, produzido por Burton.


Vendo esses exemplos de alguns dos trabalhos feitos por Colleen, é possível perceber que ela é capaz de criar em diferentes ambiências e sempre mantendo a riqueza de detalhes. Como já foi dito (em um post anterior), a preocupação com detalhes, mesmo os mínimos, é característica marcante no trabalho de Burton, portanto, ao escolher sua figurinista, não poderia ser diferente.
Estatuetas:

Colleen já foi indicada ao Oscar cinco vezes, e levou a estatueta em 2002, pelo filme Chicago. Em 1999, foi indicada pelo seu trabalho em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, e por esse filme levou os prêmios Golden Satellite e BAFTA Award.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Sutilezas

Uma vez eu li que um bom diretor é aquele que executa cada cena do filme como se ela fosse a mais importante, ou melhor, como se ela fosse o filme inteiro e todo o resto dependesse dela para que o filme acontecesse, dessa forma, no final das contas, o que temos é um filme cheio de cenas bem elaboradas.

Tim Burton é alguém que faz isso. Quando o espectador olha com mais cuidado o que se passa na tela, descobre detalhes sensacionais, pequenas piadas escondidas e algumas referências emocionantes, e, talvez por isso, nunca nos cansamos de ver os filmes dele (ok, estou falando por mim mesma).

A imagem abaixo é uma dessas que, na minha opinião, valem o filme todo.



Uma curiosidade sobre o filme: na cena em que a Mulher Gato coloca o passarinho na boca para ameaçar o Pinguim, não há efeitos expeciais. A atriz Michelle Pfeiffer de fato colocou e segurou o pássaro vivo em sua boca no decorrer da sequência.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Colaboradores - Parte I - Danny Elfman

Como todos sabemos, o trabalho de um diretor ao realizar filmes não pode acontecer sem a ajuda de uma grande equipe. Na produção de um filme seria possível citar aqui diversos profissionais que são imprescindíveis para o resultado final. Desde o roteirista e os profissionais dos estúdios que investem nas produções até os editores e letristas. Uma característica marcante, quando falamos sobre Tim Burton, é a sua relação com esses colegas de trabalho. Alguns deles se tornaram nomes essenciais nas produções burtonescas como veremos nos posts a seguir. Começando por:

Danny Elfman, o compositor

A trilha sonora de um filme é um dos diversos componentes para a criação do clima de uma cena ou uma seqüência. Estamos acostumados com elas, mesmo quando não lhe damos muita atenção. Seria completamente estranho, para um espectador, assistir uma cena de perseguição que possui Kenny G. como trilha, ou ainda mais estranho ver uma cena de amor ao som de heavy metal, por exemplo. Há ainda muitos filmes nos quais a trilha é especialmente criada para uma cena, as músicas são compostas e gravadas especialmente para um momento cinematográfico. A função do compositor musical está tanto na seleção de faixas já existentes quanto na criação desses temas, além de colocá-las no momento exato criando o clima necessário para a transmissão de um sentimento implícito na história.
Danny Elfman é um compositor texano a quem devemos todas as trilhas sonoras dos filmes de Tim Burton. Nascido em 1953, Elfman possui um currículo impressionante que inclui quase 200 (duzentos) filmes como produtor, ator, escritor e, principalmente, como compositor. Um dos trabalhos mais conhecidos de Elfman é o tema da série Os Simpsons. Mas a lista ainda inclui os scores de Chicago (2002), Men In Black (1997) e MIB II (2002), Gênio Indomável (1997), Sommersby – O Retorno de um Estranho (1993), Missão Impossível (1996), O Homem Aranha (2002) e O Homem Aranha 2 (2004), Pânico 2 (1997), além de várias séries para TV como Amazing Stories, Alfred Hitchcock Presents, Contos da Cripta, Desperate Housewives e, já mencionado, Os Simpsons. A lista completa pode ser vista no IMDB.
Além dos trabalhos para TV e cinema, Elfman também fazia parte da banda Oingo Boingo, iniciada na década de 80. Guitarrista, vocalista e letrista da banda, Danny produziu sucessos como Dead Man’s Party, Just Another Day e Weird Science, mas a banda se separou em 1996.

Danny iniciou seu trabalho com Burton, como compositor, em As Grandes Aventuras de Pee-Wee de 1985 e, desde então, a dupla nunca se separou. Beetlejuice – Os Fantasmas de Divertem (1988), é uma das raras vezes que em filmes junto a Burton, Elfman utilizou uma seleção de músicas de outro artista, Harry Belafonte, mas, ainda sim, a trilha inclui criações próprias. “Eu nunca sei o que esperar quando trabalho com Tim (Burton), então é melhor nem me preparar, eu espero as cenas e a partir delas eu componho.” (Danny Elfman em Extras DVD Batman Returns, 1992).
O trabalho mais recente da dupla é Tim Burton’s Corpse Bride ou A Noiva-Cadáver (2005) cujo processo foi um pouco diferente. Ao invés da trilha ser produzida ao final do filme, neste em particular, as cenas de dança e canto foram feitas já com a trilha finalizada. A coreografia foi desenhada a partir do trabalho de Danny.
Vale a pena prestar atenção aos detalhes que Elfman acrescenta aos filmes. Em Batman – O Retorno, por exemplo, existe uma trilha específica para cada personagem, e as sutilezas nas mudanças e misturas desses temas em cenas que incluem a Mulher-Gato e Batman formam um show à parte. Observando as trilhas assinadas por Danny é fácil afirmar que se trata de um compositor versátil, e é perfeitamente compreensível a preferência de Burton.
Estatuetas:
Elfman foi premiado com um Grammy, em 1989, pelo tema de Batman. Este ano ele foi novamente indicado ao Grammy Awards pelo seu trabalho em A Fantástica Fábrica de Chocolates (2005), saberemos o resultado no dia 8 de fevereiro quando a premiação acontecerá. Em 2003, foi indicado ao Oscar pela trilha original de Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, sendo essa sua terceira indicação ao prêmio. Esperamos agora pelos indicados ao Oscar desse ano, no dia 31 de janeiro.

Para quem quiser mais informações sobre Danny Elfman, pode consultar alguns websites dedicados a ele:
ou o site oficial do Oingo Boingo.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

O Estranho Mundo De Jack (1993)

“O Estranho Mundo de Jack” ou “Nightmare Before Christmas” ou ainda, “Tim Burton’s Nightmare Before Christmas” é um filme que merece um pouco mais de atenção e sempre causa um pouco de confusão.

A animação em stop-motion foi totalmente idealizada por Burton, desde sua história até sua produção, porém não foi dirigida por ele. A direção é crédito de Henry Selick, o diretor americano que também dirigiu outro filme em stop-motion produzido por Burton, James e o Pêssego Gigante de 1996. O filme demorou três anos para ser feito e todos os personagens haviam sido criados e desenhados por Burton na década de 80. Ele escolheu Selick para a direção, pois já conhecia seu trabalho com stop-motion. “Acho que fui escolhido para o trabalho porque venho do mesmo planeta que Burton”, diz Selick.

O Estranho Mundo de Jack era um sonho que Burton cultivava há anos, desde seu trabalho nos Estúdios Disney, mas não tinha a oportunidade de realizá-lo. Após seu sucesso com Batman (1989), Burton se viu em uma excelente posição financeira e uma ótima reputação frente aos estúdios. É preciso lembrar que Batman foi a primeira grande produção de Hollywood capaz de gerar vendas com merchandising: vendas de camisetas, bonés, chaveiros, canetas, bonecos etc. A produção do filme foi um investimento enorme, mas teve um retorno muito maior que o esperado. Esse sucesso financeiro fez com que Burton realizasse sua idéia, ele mesmo investiu na produção de ‘Jack’ e, usando sua influência e amigos, conseguiu que o filme fosse lançado. Foi necessário criar uma empresa somente para a produção do filme, a Skellington’s Productions. Mas seus direitos são parte dos Estúdios Disney.

O roteiro foi escrito por Caroline Thompson, a trilha sonora composta por Danny Elfman e a produção de Burton foi em conjunto com Denise Di Novi. Estes nomes são importantes em vários outros filmes de Burton, mas isso será tratado em outro post.

A história surgiu da preferência de Burton por histórias de Natal como O Grinch. Ele criou a idéia de um personagem que descobre o Natal e gosta tanto da idéia que decide ele mesmo fazê-lo. Não entrarei em detalhes aqui em relação à história para que aqueles que ainda não assistiram tenham a oportunidade de conhecer a história da forma que Burton quis contá-la.
Espero que este post tenha esclarecido porque não incluímos O Estranho Mundo de Jack na filmografia que apresentamos na lateral desse blog. Nessa lista estão apenas os filmes dirigidos por Burton, todos os outros trabalhos dele podem ser vistos na lista do IMDB.